Os resíduos urbanos provenientes da recolha indiferenciada (habitualmente chamados de "lixo normal") não são recicláveis, mas são objecto de valorização energética, isto é, são valorizados na medida em que a sua incineração permite produzir energia elétrica.
A recolha destes resíduos na Região é da competência da ARM (no caso de Câmara de Lobos, Machico, Porto Santo, Ribeira Brava e Santana) e dos restantes Municípios.
Transferência de resíduos
Os resíduos provenientes da recolha indiferenciada são habitualmente enviados para as Estações de Transferência (ETZO, ETZL ou CPRS, consoante o concelho onde são recolhidos), antes de serem encaminhados para a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) da Meia Serra.
Nas Estações de Transferência, estes resíduos são compactados, o que permite uma redução de alguns custos operacionais (combustível, pessoal, desgaste de equipamento) relativamente à solução anterior - a ida de todos os veículos de recolha directamente até à ETRS.
A valorização energética na ETRS da Meia Serra
A Instalação de Incineração de Resíduos Sólidos Urbanos (IIRSU), na ETRS da Meia Serra, visa a valorização energética de resíduos urbanos através de um processo controlado e automatizado que, para além de tratar os resíduos termicamente, possibilita a produção de energia elétrica.
Esta instalação, constituída por duas linhas de incineração independentes, com capacidade unitária de 8 toneladas/hora e funcionando 24 horas por dia, encontra-se dotada de dois sistemas forno-caldeira e dois sistemas de tratamento de gases (um por linha).
A energia elétrica produzida pela IIRSU é assegurada pelo grupo turbogerador, que possui uma capacidade nominal de 8 MWh. Uma parte da energia produzida é encaminhada para autoconsumo na ETRS, enquanto a restante (quase 3/4) é direcionada para a rede de distribuição pública, contribuindo assim para um consumo regional de eletricidade a partir de uma fonte de energia renovável.
As escórias produzidas na incineração são sujeitas a uma triagem eletromagnética, para remoção dos materiais ferrosos (que são enviados para reciclagem), sendo a fração inerte depositada em aterro sanitário (AS).
As cinzas volantes resultantes do sistema de tratamento de gases são sujeitas a um processo químico de inertização e posteriormente depositadas em células de apoio específicas do AS.
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